“Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário”.
1 Timóteo 5.18
Os obreiros são enviados numa missão de paz, com uma mensagem de paz, da parte do Príncipe da paz (Lc 10.5,6).
O evangelho promove a glória de Deus no céu e produz paz na terra entre os homens. Os lares foram o lugar e a estratégia mais importante no crescimento das igrejas naquele tempo.
Ainda hoje, as igrejas crescem quando os lares abrem as portas para os amigos e vizinhos, a fim de se transformarem em embaixadas do reino de Deus na terra. A obra missionária e a expansão da igreja passam por uma missão nas casas (Lc 10.5-7) e por uma missão urbana (Lc 10.8-11).
Os obreiros, no cumprimento dessa missão de paz, não devem buscar conforto nem demonstrar ostentação (Lc 10.7).
Devem ser obreiros simples, modestos, a fim de não atraírem atenção para si mesmos.
Longe de serem motivados pelo lucro, devem confiar plenamente no sustento de Deus, pois digno é o trabalhador do seu salário.
Concordo, entretanto, com Rienecker quando ele escreve: “Assim como os verdadeiros discípulos de Cristo se abstêm de pregar o evangelho por causa de um lucro nefasto (IPe 5.2; lTm 3.3), qual comerciantes (2Co 2.17; lTm 6.5), assim também não desprezam as dádivas do amor fraterno para seu necessário sustento”.
A vida do pregador precisa ser consistente com sua mensagem. Ele não pode falar do céu se está apegado às coisas da terra.
Ryle, nessa mesma linha de pensamento, diz que o sermão a respeito das “coisas invisíveis” produzirá pouco resultado quando a vida do pregador prega a importância das “coisas visíveis”.
Paulo cita outro exemplo para legitimar o seu direito de receber sustento da igreja. O argumento agora está fundamentado na prática do Antigo Testamento. “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?” (1Co 9.13).
Se você ler atentamente o capítulo 9 de 1 Coríntios perceberá que quase todo ele está em forma de perguntas.
Eu imagino Paulo como um orador no tribunal, defendendo a sua causa. Ele está fazendo perguntas retóricas. Ele recorda o sacerdote e o levita no Antigo Testamento que cuidavam do templo, do ministério, e do altar. Quando alguém trazia a oferta, o dízimo e o sacrifício, o levita e o sacerdote recebiam para o seu sustento as primícias de tudo aquilo que era trazido à casa de Deus.
Os sacerdotes e os levitas recebiam o sustento financeiro dos sacrifícios e ofertas que eram trazidos ao templo.
A regulamentação que governava a parte deles nas ofertas e nos dízimos está em Números 18.8-32; Levítico 6.14-7.36; Levítico 27.6-33.
A aplicação feita pelo apóstolo Paulo é clara: Se os ministros do Antigo Testamento, que estavam sob a lei, recebiam sustento financeiro do povo a quem eles ministravam, não deveriam os ministros de Deus, no Novo Testamento, sob a graça, receberem também suporte financeiro?
O último argumento que Paulo usa é provavelmente o mais forte, pois se trata de uma palavra do próprio Senhor Jesus: “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9.14). Talvez Paulo esteja citando o que Jesus mencionou em Mateus 10.10 e Lucas 10.7
“[…] digno é o trabalhador do seu salário”.
Paulo diz que esse é um princípio fundamental que a igreja não pode negligenciar. Essa não é uma ordem qualquer, mas um mandamento direto do Senhor Jesus.
Aquele que trabalha no ministério deve viver do ministério. A ordem é revestida da mais alta autoridade, visto que veio de Cristo.
Dessa maneira, Paulo fecha o seu argumento dizendo que receber sustento da igreja era um direito legítimo e bíblico que lhe pertencia como apóstolo.
Você sabia que o trabalho do obreiro/abelha vai além da comeia?
Que Jesus Cristo abençoe sempre sua vida.
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